Existem
momentos na vida em que você tem vontade de... nada. O coração está apertado, a
alma confusa... a vida lá fora acontecendo, e você no meio da bagunça do seu
refúgio e o pensamento longe... o seu interior tumultuado e você naquela
inércia, esperando sabe-se lá o quê... o coração dói, a alma dói, o corpo dói,
dói viver...
Conflitos,
escolhas, arrependimentos, lembranças, recordações, uma lágrima cai... silêncio e tão cheio de significados! Olhar
profundo, distante, perdido, palavras, saudade... o tempo para, a música para,
a vida para... e a dor? A dor aumenta, sufoca... sentimentos que nos fazem
parar e prestar atenção em por que razão existimos. Então é como diz o
pensador/filósofo: “Penso, logo existo.” Nãooooo!!!! Penso, logo entro em
crise! Afinal, quem nunca se sentiu inseguro, angustiado com os mistérios da
mente humana? E o pior disso tudo é que não tem hora, nem lugar, nem razão
específica para começar. Aliás, tudo pode ser motivo. Chega de mansinho e se
apodera dos nossos sentimentos, pensamentos, corpo, alma e coração. A sensação
que temos é de que até o momento vivemos uma ilusão. Ops... e de repente você
cai na realidade, e aí... E aí? Bom, aí parece que sua vida não passa de uma
página em branco... A sensação que se tem é que, embora tenha conquistado
muitas coisas, aquilo não tem a menor relevância, importância... e então? Estão
você chora... Chora porque procura respostas para as milhares de perguntas e,
creiam, não encontra respostas.
Fala-se,
então, em buscar respostas na sua essência, no seu eu... ops, mas cadê meu eu?
Como buscar respostas nele se ele fugiu de mim? Ouve-se que quando buscarmos
respostas sobre o significado e o propósito da vida, assim também como o nosso
lugar nela, começaremos a trilhar o caminho certo, e também a fornecer
satisfação ao nosso psique e teremos
assim, uma direção e uma paz mental. Do contrário, quando nos encontramos
contemplando a vida, sem saber que realização ilusória estamos procurando, as
coisas ficam mentalmente caóticas. E então, novamente atacam as milhares de
perguntas... Por que existimos? Pergunta um tanto incômoda. Porém, há de se
admitir que são questionamentos essenciais, pois nestes momentos de
questionamentos e reflexões algumas verdades vêm à tona, auxiliando-nos no
resgaste do nosso eu fugitivo.
Então,
basta ter um propósito, uma determinação que voltaremos a ter paz? Ledo engano!
Há muito mais entre o céu e a terra do que pressupõe vossa vã filosofia.
Talvez, este turbilhão de sentimentos seja um diálogo interno, uma
autocrítica... é, talvez. Contornar e sair de tudo isso exige paciência e
tempo... e um cuidado, e um abraço, e um olhar, e um carinho... Assim, esta que vos escreve,
acredita que este turbilhão de sentimentos e essas milhares de perguntas
contribuem na tarefa de nos melhorarmos constantemente e que talvez, sem tudo
isso, nenhuma mudança é possível. Então, bora lá resgatar o eu fugitivo! Tentar
pelo menos.
Rosane Favaretto
Lazzarin – 08/04/2015
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