7 de abr. de 2015

Essa tal liberdade...



Está fazendo uma linda noite de primavera, como de costume resolvi escrever algumas palavras, refletir sobre inúmeras coisas que me insistiam em invadir meus pensamentos. Então, sentei-me na sacada de meu apartamento, em frente a um lindo jardim, agora lindamente iluminado por conta das festividades natalinas. O céu cheio de estrelas e a brisa, acariciando a face, anunciava-me a liberdade. Ao fundo, uma leve melodia, daquelas que acalmam a alma e tranquiliza o coração. E eu só. Um daqueles momentos que não se precisa de ninguém... Só um encontro com o nosso eu.... embora, indiscutivelmente, também importante poder dividir com alguém o que se sente, o que se pensa... e ter a serenidade de saber o que se pode compartilhar... Então, corro para o meu indispensável caderno de notas para colocar em prática o que diz o Prof. Lourival José Martins Filho: “É preciso ter intencionalidade compartilhada”...
Enquanto o procuro, a espreita milhares de pensamentos oscilam em torno de muitos assuntos, porém, um me perturbava a calma: a liberdade. Até que ponto a temos? Até que ponto nos privam dela? Somos livres em privação de liberdade? Ou somos nós que nos privamos da liberdade? Perguntas insistentes para uma linda noite de primavera, com brisa anunciando a tão cobiçada liberdade. Porém, não podemos nos esquecer de que os pensamentos também são livres, e me lembram de que o medo nos priva de muitas liberdades; lembram-me também que muitos nos tiram a liberdade impondo medo; lembram-me que privar-se da liberdade faz adoecer; lembram-me que poda a entrega, a vontade de fazer; lembram-me, principalmente, que não podemos nos deixar levar por caminhos que nos privam desta liberdade.
Em recente curso de formação, falava-se, discutia-se sobre privação de liberdade, na ocasião, literalmente; aprendizagem e identidade, fatores relevantes para a vida de qualquer ser humano, e questionava-se o que era mais importante dentre os três itens apontados. Penso que primeiro deve-se resgatar a identidade, para que se entenda como sujeito, como cidadão, assim encontrará estímulo para buscar a aprendizagem, o conhecimento, pois só assim libertar-se-á da prisão, independente de estar em privação de liberdade ou não!
Diante disso, entram em cena os pensamentos novamente, fazendo analogias, e então vem a questão: por que tantas pessoas letradas vivem aprisionadas? Aprisionados no seu egoísmo, no seu egocentrismo, no seu autoritarismo? Será esta a forma de sentirem-se livres?  Sim! Ou não! Ou talvez!... muitas perguntas sem respostas quando se trata de tentar entender atitudes e comportamentos dos seres humanos... E esta que vos escreve? Segue por aqui... vivendo! Aproveitando  a noite que começou linda e com brisa leve, e que ao final destas mal traçadas linhas, termina com a brisa sim, mas com chuva... chuva que lava a alma... Vejam só, assim como oscila o tempo, são as pessoas... Simples assim!

Rosane Favaretto Lazzarin – 22/11/2014

Nenhum comentário: