Está fazendo uma linda
noite de primavera, como de costume resolvi escrever algumas palavras, refletir
sobre inúmeras coisas que me insistiam em invadir meus pensamentos. Então,
sentei-me na sacada de meu apartamento, em frente a um lindo jardim, agora
lindamente iluminado por conta das festividades natalinas. O céu cheio de
estrelas e a brisa, acariciando a face, anunciava-me a liberdade. Ao fundo, uma
leve melodia, daquelas que acalmam a alma e tranquiliza o coração. E eu só. Um
daqueles momentos que não se precisa de ninguém... Só um encontro com o nosso
eu.... embora, indiscutivelmente, também importante poder dividir com alguém o
que se sente, o que se pensa... e ter a serenidade de saber o que se pode
compartilhar... Então, corro para o meu indispensável caderno de notas para
colocar em prática o que diz o Prof. Lourival José Martins Filho: “É preciso
ter intencionalidade compartilhada”...
Enquanto o procuro, a
espreita milhares de pensamentos oscilam em torno de muitos assuntos, porém, um
me perturbava a calma: a liberdade. Até que ponto a temos? Até que ponto nos
privam dela? Somos livres em privação de liberdade? Ou somos nós que nos
privamos da liberdade? Perguntas insistentes para uma linda noite de primavera,
com brisa anunciando a tão cobiçada liberdade. Porém, não podemos nos esquecer
de que os pensamentos também são livres, e me lembram de que o medo nos priva
de muitas liberdades; lembram-me também que muitos nos tiram a liberdade
impondo medo; lembram-me que privar-se da liberdade faz adoecer; lembram-me que
poda a entrega, a vontade de fazer; lembram-me, principalmente, que não podemos
nos deixar levar por caminhos que nos privam desta liberdade.
Em recente curso de
formação, falava-se, discutia-se sobre privação de liberdade, na ocasião,
literalmente; aprendizagem e identidade, fatores relevantes para a vida de
qualquer ser humano, e questionava-se o que era mais importante dentre os três
itens apontados. Penso que primeiro deve-se resgatar a identidade, para que se
entenda como sujeito, como cidadão, assim encontrará estímulo para buscar a
aprendizagem, o conhecimento, pois só assim libertar-se-á da prisão,
independente de estar em privação de liberdade ou não!
Diante disso, entram em
cena os pensamentos novamente, fazendo analogias, e então vem a questão: por
que tantas pessoas letradas vivem aprisionadas? Aprisionados no seu egoísmo, no
seu egocentrismo, no seu autoritarismo? Será esta a forma de sentirem-se
livres? Sim! Ou não! Ou talvez!...
muitas perguntas sem respostas quando se trata de tentar entender atitudes e
comportamentos dos seres humanos... E esta que vos escreve? Segue por aqui...
vivendo! Aproveitando a noite que
começou linda e com brisa leve, e que ao final destas mal traçadas linhas,
termina com a brisa sim, mas com chuva... chuva que lava a alma... Vejam só,
assim como oscila o tempo, são as pessoas... Simples assim!
Rosane Favaretto
Lazzarin – 22/11/2014
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