7 de abr. de 2015

(Re)Aprendendo...


                                                                          
Há dias pensamentos, que deviam ser só transeuntes, insistem em tornarem-se rotina... talvez seja a saudade insistente... sim porque o problema da saudade é que ela fica lembrando dos detalhes... e ao lembrar dos detalhes, ela escorre pelos olhos... Sentimentalista? Talvez... O fato é que sempre ao iniciar um novo ano letivo, muitas lembranças surgem... e neste ano, surgiram com uma mistura de sentimentos... talvez, as palavras que seguem, sejam norteadas nesta mistura de sentimentos...
Sou uma apaixonada pela educação, ainda... e diante de tão importante profissão, há de se tomar cuidado com atitudes, com falas, com posturas... Sim, porque, carregamos conosco uma responsabilidade muito grande: somos formadores de opinião, logo, há de se ter cuidado com as falas feitas, pois, com as mesmas podemos ajudar, e também destruir. Não falo aqui só na relação educador X educando, falo também da relação educador X educador.
Como educadores que somos, sabemos que precisamos cuidar de nosso educando, cuidar não só do intelectual, mas também do ser, do emocional, dos valores. Fala-se, então que na escola, o educador está sendo chamado a discutir ética. Importante quesito, pois é esta que 
deveria nortear a vida do ser humano. Porém, há de se lembrar, que não se pode discutir somente, faz-se necessário, urgentemente, exercê-la.

Surgem então os questionamentos: será que todos têm competências e habilidades para exercê-la? Se não dominam estas competências e habilidades, como repassá-las ou fomentá-las com os educandos? Preocupante não? Sim, porque sabemos que dentre os educadores, 
também chamados de formadores de opinião, há os que não conseguem exercer a ética nem com os seus pares, que é onde o assunto é fomentado, estudado... há formadores de opinião que para se autopromoverem, ou até para sacanear, esquecem a prática e ficam só no discurso, no conceito.

É certo que somos livres para pensarmos e agirmos como quisermos, mas há de se ter consciência no momento em que estivermos falando, julgando o outro, pois, corre-se um risco muito grande de se falar inverdades, e estas inverdades, aos poucos acabam com a 
vontade, que muitos ainda querem, de mudança e também com o amor que ainda se tem pela educação. E como existem pessoas assim... Porque assim como em qualquer outra profissão, na educação, a maldade também se esconde atrás de uma bela face, ainda mais se for em benefício próprio. Para os que assim agem, o silêncio é a melhor resposta.

Na vida, como na educação, aprendi que se aprende errando, que conhecimento nunca é demais, que felicidade se busca, que todos os dias são importantes, que palavras de carinho faz bem, e dar carinho também, que sonhar é imprescindível, que a paz interior, o amor e o 
saber cuidar é essencial. E então, você se pergunta: e como esta que vos escreve aprendeu muito do que é essencial para desenvolver algumas destas competências e habilidades? E lhes respondo: "porque já caí, e aprendi a levantar, já chorei ao ver pessoas queridas partindo, já cortei meu cabelo mais do que eu queria, já caí de bicicleta, já fui estúpida, já abracei com ódio, já inventei desculpas para faltar de um compromisso, já tomei banho de chuva, já briguei com meus pais, já prometi e não cumpri, já chorei por um brinquedo, já sei o valor do que ou de quem se perde, já perdi amigos por besteira, já ri para não chorar, já me cortei, já ignorei, já me senti ignorada, já sei que nem sempre faço o certo, já dormi chorando, já brinquei de ser feliz, já me fiz de vítima, já tive resfriados de ficar na cama, já tive momentos secretos, já rolei na grama, já comi demais por estar angustiada, já precisei e ainda preciso de atenção, já condenei sem ter autoridade, já me chateei por telefonemas, já tentei ser o que não era, já achei que tudo era para sempre, mas descobri que o “para sempre”, sempre acaba, eu tentei esquecer algumas pessoas mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer, já tentei perdoar e nem sempre consegui..." Enfim, acredito que já saiba o que é certo e o que não é... porque já aprendi a dividir, pois, é assim, meiando tudo, que sinto-me mais inteira. E mais, para estar na educação, é preciso ser por inteiro.


                                                                                   Por: Rosane Favaretto Lazzarin 12/02/2015

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