Há dias pensamentos, que deviam ser só transeuntes, insistem em
tornarem-se rotina... talvez seja a saudade insistente... sim porque o problema
da saudade é que ela fica lembrando dos detalhes... e ao lembrar dos detalhes,
ela escorre pelos olhos... Sentimentalista? Talvez... O fato é que sempre ao
iniciar um novo ano letivo, muitas lembranças surgem... e neste ano, surgiram
com uma mistura de sentimentos... talvez, as palavras que seguem, sejam
norteadas nesta mistura de sentimentos...
Sou uma apaixonada pela educação, ainda... e diante de tão
importante profissão, há de se tomar cuidado com atitudes, com falas, com
posturas... Sim, porque, carregamos conosco uma responsabilidade muito grande:
somos formadores de opinião, logo, há de se ter cuidado com as falas feitas,
pois, com as mesmas podemos ajudar, e também destruir. Não falo aqui só na
relação educador X educando, falo também da relação educador X educador.
Como educadores que somos, sabemos que precisamos cuidar de
nosso educando, cuidar não só do intelectual, mas também do ser, do emocional,
dos valores. Fala-se, então que na escola, o educador está sendo chamado a
discutir ética. Importante quesito, pois é esta que
deveria nortear a vida do ser humano. Porém, há de se lembrar, que não se pode
discutir somente, faz-se necessário, urgentemente, exercê-la.
Surgem então os questionamentos: será que todos têm competências
e habilidades para exercê-la? Se não dominam estas competências e habilidades,
como repassá-las ou fomentá-las com os educandos? Preocupante não? Sim, porque
sabemos que dentre os educadores,
também chamados de formadores de opinião, há os que não conseguem exercer a
ética nem com os seus pares, que é onde o assunto é fomentado, estudado... há
formadores de opinião que para se autopromoverem, ou até para sacanear,
esquecem a prática e ficam só no discurso, no conceito.
É certo que somos livres para pensarmos e agirmos como
quisermos, mas há de se ter consciência no momento em que estivermos falando,
julgando o outro, pois, corre-se um risco muito grande de se falar inverdades,
e estas inverdades, aos poucos acabam com a
vontade, que muitos ainda querem, de mudança e também com o amor que ainda se
tem pela educação. E como existem pessoas assim... Porque assim como em qualquer
outra profissão, na educação, a maldade também se esconde atrás de uma bela
face, ainda mais se for em benefício próprio. Para os que assim agem, o
silêncio é a melhor resposta.
Na vida, como na educação, aprendi que se aprende errando, que
conhecimento nunca é demais, que felicidade se busca, que todos os dias são
importantes, que palavras de carinho faz bem, e dar carinho também, que sonhar
é imprescindível, que a paz interior, o amor e o
saber cuidar é essencial. E então, você se pergunta: e como esta que vos
escreve aprendeu muito do que é essencial para desenvolver algumas destas
competências e habilidades? E lhes respondo: "porque já caí, e aprendi a
levantar, já chorei ao ver pessoas queridas partindo, já cortei meu cabelo mais
do que eu queria, já caí de bicicleta, já fui estúpida, já abracei com ódio, já
inventei desculpas para faltar de um compromisso, já tomei banho de chuva, já
briguei com meus pais, já prometi e não cumpri, já chorei por um brinquedo, já
sei o valor do que ou de quem se perde, já perdi amigos por besteira, já ri
para não chorar, já me cortei, já ignorei, já me senti ignorada, já sei que nem
sempre faço o certo, já dormi chorando, já brinquei de ser feliz, já me fiz de
vítima, já tive resfriados de ficar na cama, já tive momentos secretos, já
rolei na grama, já comi demais por estar angustiada, já precisei e ainda
preciso de atenção, já condenei sem ter autoridade, já me chateei por
telefonemas, já tentei ser o que não era, já achei que tudo era para sempre,
mas descobri que o “para sempre”, sempre acaba, eu tentei esquecer algumas
pessoas mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer, já tentei
perdoar e nem sempre consegui..." Enfim, acredito que já saiba o que é
certo e o que não é... porque já aprendi a dividir, pois, é assim, meiando
tudo, que sinto-me mais inteira. E mais, para estar na educação, é preciso ser
por inteiro.
Por: Rosane Favaretto Lazzarin 12/02/2015
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