14 de jun. de 2015

Substantivos abstratos...



Adoração, afeição, agonia, agressividade, alegria, amargura, ambição, amor, angústia, ansiedade, arrependimento, arrogância, aspereza, atenção, beleza, bondade, bravura, calma, carência, carinho, carisma, chateação, ciúme, comoção, compaixão, compreensão, confiança, conflito, conformismo, cor, coragem, cordialidade, covardia, crença, criatividade, culpa, cumplicidade, curiosidade, decepção, decisão, delicadeza, dependência, depressão, desânimo, desapego, desejo, desilusão, determinação, dignidade, disponibilidade, dó, docilidade, dor, dúvida, educação, energia, entusiasmo, equilíbrio, espanto, esperança, estresse, euforia, falsidade, fé, felicidade, fidelidade, flexibilidade, força, fracasso, franqueza, frieza, fuga, gentileza, gratidão, harmonia, hipocrisia, honestidade, igualdade, ilusão, indecisão, independência, indiferença, inteligência, inveja, justiça, leveza, liberdade, liderança, loucura, mágoa, medo, meiguice, necessidade, ódio, orgulho, otimismo, ousadia, paciência, paixão, paz, pena, perda, perdão, persistência, prazer, raiva, renúncia, resiliência, respeito, responsabilidade, ressentimento, sabedoria, saudade, segurança, sensibilidade, sensualidade, separação, solidão, sonho, suavidade, surpresa, ternura, tolerância, tristeza, união, vaidade, vida, vitória, volúpia, vontade... sim, são substantivos abstratos... que segundo o conceito linguístico, são os atributos, estados, qualidades e ações, derivados de um conceito original. Eles não existem por si sós. Não possuem forma. Digamos que não podem ser desenhados, uma vez que não transmitem uma imagem. São qualidades da alma... Você pode desenhar um homem triste, uma mulher vaidosa, mas não a tristeza ou a vaidade...
Antes de dar continuidade a esta crônica, preciso dizer-lhe que se quiser parar por aqui, sinta-se à vontade, mas se já chegou até aqui, alimente sua curiosidade e siga adiante. Ah estes substantivos abstratos sempre se enganaram, ou me enganaram.. sim porque na vida sempre se apresenta a ilusão de tudo perfeito, mas depois... depois percebemos que nem tudo era do jeito que pensamos... Ás vezes, a felicidade se apresenta em forma de meio sorriso, e cria a fantasia de que um dia ela e o sorriso serão de verdade...
Substantivos abstratos são mesmo assim, insistentes. Aparentemente simples, mas na verdade, muitos deles, os mais complicados. Bom se conseguíssemos eternizar os substantivos abstratos bons, como a alegria, o amor, o desejo, a volúpia, a vontade... mas ao invés disso, por inúmeros momentos da vida prevalece a tristeza, a dor, a mágoa, a saudade... está última, às vezes é tão forte quanto aquele abraço que damos a quem não queremos que se vá... aperta, dá um nó na garganta, sufoca, e escorre pelos olhos.
Para os que têm o privilégio de suas vidas serem norteadas pelos substantivos abstratos bons, a estes faço reverência, que com sua sensibilidade consigam acalentar, cuidar dos que são acometidos, ou deixam-se acometer pelos substantivos abstratos nem tão bons assim, que consigam mostrar-lhes o quanto é importante dar valor à vida, ao amor, à alegria, à persistência... Para os que nada podem fazer que permaneçam em seu egoísmo, substantivo abstrato mais coerente para quem não entende a necessidade do cuidado.

Tudo bem que sejam insistentes os tais substantivos abstratos, que eles não existam por si só, que não possuam forma, que são qualidades da alma, mas se existir um ser humano, eles são mais concretos do que os próprios substantivos concretos. Porque como seres humanos que somos, a alegria é espontânea, a tristeza por vezes inevitável, o medo é uma barreira, a raiva é passageira, a mágoa é autodestruição, o ciúme é possessividade, que gera a dor e a insegurança. E o amor? Ah!, o amor é vida, anima, liberta... E a fé? A fé é o que move tudo! Assim, esta que vos escreve, acredita que há um substantivo abstrato que margeia concretamente a vida de qualquer ser humano, esse substantivo é: RESILIÊNCIA. Agora, se me derem licença, vou ali tentar colocar na prática alguns dos substantivos abstratos, e tão concretos...
Rosane Favaretto Lazzarin - 03/05/2015 

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