7 de abr. de 2015

Chove chuva...



E eu aqui, em pleno último do ano, sentada na sacada do meu apartamento, lendo “A culpa é das estrelas” e de repente... a chuva escreve hieróglifos na janela... tento decifrá-las... algumas gotículas escorrem lentamente,  outras rapidamente... parece que então competindo entre elas... as que caem lentamente dão-nos a chance da imaginação... as que caem rapidamente competem para chegar o mais rápido possível ao solo tão sedento de água... as que caem lentamente parecem mensagens divinas... que benção! As que caem rapidamente concretizam a benção de molhar o solo... as que caem lentamente, lembram-me lágrimas de emoção, de comoção, de alegria, de agradecimento.... as que caem rapidamente lembram-me lágrimas de desespero, de perda, de triste... mas, lágrima por lágrima, gotícula por gotícula, quando se juntam tem o poder de lavar a alma... esta que queremos sempre leve, limpa, suave...
Mas, voltando à chuva... que delícia!!! De vez em quando, em dias chuvosos como este, me batem desejos... desejos que martelam minha mente, até que de alguma forma eu os realize... Muitas vezes são desejos inusitados... desejos que me encantam... Hoje meu desejo maior foi tomar banho de chuva... sim! Relembrar o tempo de criança... Não só de criança, de bons momentos de “adulto” também... e como desejos são para serem realizados... paro aqui e vou tomar meu banho de chuva...
Delícia, delícia, delícia... aquelas gotículas caindo sobre meu cabelo, rosto, braços... aos poucos transpassando minha roupa e alcançando também meu corpo! Que sensação! Quantas lembranças... Lembro-me que quando minha mãe dizia: hoje vocês podem tomar banho de chuva, nossa alegria era tamanha que até nos esquecíamos dos poucos brinquedos que tínhamos e nos deliciávamos com cada pingo que caía em nosso corpo... Nossa alegria era completa quando após a chuva vinha o arco-íris... cheio de mitos e mistérios... Ah! Que saudade deste tempo que não volta mais...
Saudade... memórias... mas, se a memória é nosso alimento, a imaginação é nossa magia. Uma imaginação vale mais que mil memórias. Racionaliza desejos, apagam idiossincrasias, tira da cartola a ilusão que o mundo nos pertence... Ah, a chuva! Ela e as lembranças... E esta que vos escreve, cheia de memórias, de lembranças, de desejos, vai ali, no 2014, realizar mais alguns desejos...

                                               Por: Rosane F. Lazzarin – 31/12/2013

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