Hoje eu estou nas nuvens... mas não no sentido figurado, literalmente nas nuvens... entre as nuvens, se é que me entendem...
O voo decolou
exatamente às 13h05.. a sensação de desconforto é grande, o medo
faz suar frio. Também pudera, alguém já parou para pensar na
velocidade atingida pelo avião ao decolar? Aposto que poucos, pois o
sentimento que toma conta neste momento é de pânico. Calma, não
estou generalizando. Falo de exatamente 85% dos usuário de
aeronaves. Os outros 15% curtem, sentem adrenalina.
Mas, voltemos as
nuvens... como disse, não no sentido figurado, voltemos aos exato
momento em que estávamos literalmente entre elas. Nuvens que
parecem algodão... ah, doce de algodão!!! E doce de algodão lembra
a infância. Vejam só a quantas lembranças boas nos traz as nuvens.
Quando crianças, quantos de nós ficávamos deitados olhando para o
céu admirando as inúmeras formas das nuvens. Quantos de nós
sonhávamos com a possibilidade de chegar até elas... de tocá-las.
Quantos de nós jamais imaginava um dia poder estar sobrevoando-as, e
vendo os mais admiráveis formatos, pertinho delas. Ah, que voo
inesquecível. Não pelo fato de estar a bordo, mas sim, pelo fato de
estar entre as tão admiradas nuvens...
Quando penso que a
única coisa que me separa delas é o pequeno vidro da janela do
avião, a emoção toma conta do meu ser, e as lembranças de
infância invadem a minha mente. As tardes passadas com os amigos
olhando-as, tentando decifrar suas mensagens, os seus formatos... Ah,
os amigos de infância... Que saudade!!! As amizades inocentes,
verdadeiras. Por onde andam vocês? Foram tantas travessuras... Ah,
lembram das nuvens carregadas? O medo era grande, pois sabíamos que
delas podíamos esperar desde o espetáculo da chuva até o horror
dos raios e trovões.
Nuvens, quando se
está entre elas, um espetáculo a parte. Alguns anos depois, cá
estou eu, só depois de muitos voos tensos, é que consigo relaxar e
então me permito admirá-las de verdade. Rapidamente, todas aquelas
imagens de infância, sonhando em estar perto delas, e naquele
momento, achando que era impossível, invadem a memória e então me
emociono. Certo, para muitos pode parecer bobagem, mas para quem nem
imaginava um dia chegar perto de um avião, muito menos estar dentro
dele, agora o estava, e mais, estava também entre as nuvens.
Hora de descer das
nuvens... a viagem está acabando. O comandante avisa para apetar os
cintos. Pela primeira vez o sentimento de horror não toma conta de
mim, ao invés dele, sinto-me feliz, com muitas recordações na
memória... ufa! em terra, mas nas nuvens...
Por: Rosane
Favaretto Lazzarin – 11/05/2012 – Curso Mídias