23 de ago. de 2012

A efemeridade do tempo...


   
    Tempo, tempo, tempo, tempo, vou lhe fazer um pedido… Tempo… tudo gira em torno dele. O tempo pode ser obsoleto, astronômico, compartilhado, composto, de resolução, de vida, vôo, integral, real, relativo, fabuloso, sideral, simples, verdadeiro, universal! Há quem diga que há um só tempo. Outros preferem dar tempo ao tempo, ou desabar no tempo. Há os que falam de tempo em tempo, em dois tempos, em tempo recorde, o tempo todo, ou fecham o tempo. Bom mesmo é perceber que alguns preferem ganhar tempo, lutar contra o tempo. Outros neste meio tempo matam o tempo e acabam por perder o tempo...
    Já perceberam o quanto precisamos dele? Ou o quanto sofremos quando nos pedem um tempo? Quisera eu que o tempo fosse tão precioso, prazeroso como é para os amantes. Porém para os que resolvem dar um tempo, ele já não é mais visto como prazeroso e sim como angustiante, e é neste momento que muitas perguntas vem a mente: será que não me quer mais? Ou no trabalho, quando nos dão um tempo de experiência, parece que o tempo torna-se mais longo, mais demorado. Isso se dá pelo fato de estarmos ansiosos para sabermos se somos aptos ou não para ocuparmos aquela função. Para quem precisa tomar uma decisão, todo o tempo do mundo do mundo é pouco. E que ironia, só com o tempo saberemos se a decisão foi assertiva ou não. Se foi assertiva, com o tempo vamos melhorando, aprimorando, tomando gosto. Se não, precisamos de mais tempo ainda para reorganizarmos nossa vida, para recomeçarmos.
    E o que falar dos que gostariam de um tempo a mais com quem perdeu? Seja um amor, um amigo, ou até mesmo quem se foi para nunca mais voltar. Para quem perdeu um amor, fica o vazio, fica a dor no coração, para estes o tempo obsoleto. Para quem perdeu um amigo, fica a sensação de que não pode mais confiar em ninguém, para estes o tempo era simples. Para quem perdeu alguém que nunca mais voltará, aí se instala a dor, a saudade, para estes o tempo é real, estes gostariam de ganhar tempo, de lutar contra o tempo. Estes também ficam revoltados com quem matam o tempo e acabam por perder um tempo considerado precioso, mas somente quando se perdem...
    Ah! o tempo... esta coisa efêmera... como queria que ele fosse eterno para algumas coisas... como queria que fosse como as fotografias que podemos eternizar momentos marcantes com pessoas que amamos, como seria bom se assim como eternizamos nas fotografia, pudéssemos eternizá-las também em vida. Certo, você pode estar pensando, eternizamo-las no nosso coração... mas a dor da ausência, nenhum tempo consegue curar, ele só acomoda... Agora, se me derem licença, vou ali acomodar a minha dor porque o tempo não para e a vida... a vida precisa ser vivida, afinal ela e o tempo são relativos.
Por: Rosane Favaretto Lazzarin - Julho/2012