7 de abr. de 2015

Mulher de 40...


Então 40... mulher de 40... Achei que acordaria diferente hoje... mais sábia, mais pacífica, mais serena. Achei que acordaria e tudo a minha volta estaria mudado. Que tonta eu fui! Continuo com todas as minhas dúvidas, com minhas pouquíssimas certezas, com meus momentos insanos, mesclados às minhas sabedorias inesperadas. Continuo estranhando quando o mocinho empacotador do mercado, ou o garçom, ou... me chamam de senhora. Como assim??? Senhora? O que separou a menina que outro dia tinha 15 anos da mulher de 40 que acordou hoje? Uma coisa é certa: não trocaria a mulher que acordou hoje pela menina de 15 anos que ficou no passado. A mulher de hoje, não tem o frescor, a jovialidade dos 15, mas tem personalidade de sobra. E, claro, muito mais experiência e muito mais para contar. Essa mulher já viveu de tudo um pouco: viveu dores, viveu alegrias. Riu e chorou... E no balanço final? Mais dores do que alegrias, mas com muito mais certeza do que quer.
A mulher de 40 acordou hoje pasma, espantada pela velocidade das décadas... questionou-se a importância de aniversariar e constatou que algumas pessoas só lembram do aniversariante nesta data, parecendo data cívica, que só lembra no dia... A mulher que acordou hoje lembrou que ter uma mãe para lhe guiar, para lhe cuidar, é essencial, e, em meio às lágrimas reviveu a dor da perda. A mulher que acordou hoje ainda terá muitas lágrimas, ainda aprenderá muito e talvez chegue aos 50...
A mulher que acordou hoje, vem com uma nova versão: revestida com mais uma casca, com a ilusão que vai lhe proteger... Ilusão mesmo, porque o que terá que nos atingir, com certeza atingirá... Talvez um dia conseguirei ser menos dura comigo mesma! A mulher de 40 que acordou hoje, em versão 4.0, com a chamada idade da loba, tem sede... sede de uma vida menos dura, sede de uma vida cheia de luz, sede de dar e receber carinho, atenção e sobretudo, não tratar com indiferença.

Só há uma coisa que não mudou da menina de 15 para a mulher de 40: saber agradecer... agradecer as experiências que a vida proporcionou-me: as boas e as ruins, pois foram estas que me construíram. Agradecer VOCÊ que reservou alguns minutos do seu precioso tempo e lembrou-se de mim, no dia que eu acordei uma mulher de 40. Obrigada!
                                        Por: Rosane Favaretto Lazzarin - 22/03/2015

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