7 de ago. de 2011

Espaços...


Sempre que me perguntam sobre espaço, fico imaginando que espaço é esse...  Se estiver falando da minha casa, do meu cantinho, então, este espaço é meu e não se discute. Agora, se estivermos falando do espaço de trabalho, aí, o espaço não é mais meu, faço parte do espaço. Então fico a me questionar novamente: o que faz as pessoas pensarem que são donas do espaço? Será que não conseguem se desligar do espaço casa? Será que fazem o trabalho uma extensão de sua casa? Que o ser humano é possessivo todos nós sabemos. Mas, até que ponto posso me adonar de um espaço no trabalho? Ser responsável por um espaço, não significa ser dono dele. Precisa sim zelar, cuidar, organizar, sentir-se bem no ambiente de trabalho. Porém, isso não é o suficiente. Precisa-se também zelar, cuidar e fazer sentir bem quem trabalha neste mesmo ambiente que você, seu colegas de trabalho. Quando eu falo fazer sentir bem, não significa que temos que ser amigo de todos, significa usar de profissionalismo com todos.
Precisa-se urgentemente de pessoas delicadas, de pessoas que saibam lidar com pessoas, de pessoas como diz minha diretora “de fino trato”, de pessoas que saibam separar, ou pelo menos tentar separar, o pessoal do profissional. Enfim, precisa-se de profissionais que não tenham medo de ensinar o que sabem, por achar que o seu colega pode ser melhor do que você; ou será que o medo é que o seu colega já seja melhor do que você?
Voltemos aos espaços. Preciso de um lugar onde eu possa desenvolver meu trabalho tranquilamente, um lugar onde o responsável do espaço viabilize o meu trabalho e não se torne empecilho. Pessoas que se adonam dos espaços se tornam empecilhos. Não se dão conta de que está aí para viabilizar que as coisas aconteçam, e não para simplesmente ocuparem um lugar. Será que não se dão conta que se classificadas como somente ocupar um lugar, automaticamente são classificadas como espaçosas? Muitas pensam que ocupar um cargo lhes dá visibilidade profissional. Nem sempre, pois se você não souber desempenhar sua função, ao invés de se promover, está assinando seu atestado de incompetência. Sim, incompetência, porque se não desenvolver um bom trabalho, todos perceberão e assim, ganhará o título de incompetente. E este título, ninguém quer no seu currículo.
Precisa-se urgentemente de profissionais que veem além de sua mesa. Profissionais atuantes. Profissionais que atendam as expectativas das pessoas que estão gerenciando. Um responsável que trabalha em um espaço com os mais diversos tipos de pessoas, precisa primeiro atender aos interesses das pessoas que ocupam este espaço, ou seja, do grupo, para depois atender o particular. Profissionais ocupam o espaço como responsável, inseguros ocupam o espaço com adonamento. Precisa-se de profissionais que te convidam a entrar no seu espaço e não que te deixam intimidados porque não sabe como será tratado. Precisa-se de profissionais que tratam os outros profissionais com igualdade. Não falo aqui de igualdade no que se refere a regras, falo em igualdade de gentileza, de simpatia, de receptividade.
E você, ocupa o espaço que trabalha como responsável, viabilizando o trabalho do grupo ou se adona do lugar? Hora de pensar nisso, pois o mercado de trabalho, hoje, precisa de profissionais responsáveis e não de pessoas que se adonam de espaços, inviabilizando que o processo aconteça. E nestes espaços, sejamos delicados, urgentemente delicados...
Por: Rosane Favaretto Lazzarin – 09/06/2011