19 de jul. de 2011

A gélida beleza das coisas...

É inverno... ou melhor, quase inverno. Faz tanto frio por aqui que nem nos damos conta que ainda é outono... Então, neste outono com cara e corpo de inverno, sentada na sacada do meu apartamento, admiro a linda vista. Luzes iluminam a cidade. Tenho a sensação de que elas aquecem um pouco o gélido dia... Muito mais do que as luzes o que aquece também é o calor humano. E por falar em calor humano, me vem à memória o aconchego e com este o sentir-se acolhido, cuidado!
Ah! Como é bom chegar a algum lugar e sentir-se acolhido, cuidado! Temos a sensação de que somos bem-vindos, a sensação de que somos queridos, de que somos esperados! E quando somos bem atendidos então? Nossa, passamos a simpatizar, a elogiar a pessoa que nos é receptivo. Pois é, pena que nem todos veem esta acolhida, este cuidado com bons olhos. Como o ser humano é complicado não? Ao invés de fazer algo para se tornar uma pessoa querida, passa a criticar o outro. E não se dá conta que agindo desta forma é tão gelada quanto o inverno.
Vamos deixar a beleza do inverno por uns instantes, e vamos falar de pessoas geladas e pessoas que mantém o calorzinho do outono. As pessoas geladas são as que têm medo de as pessoas que mantém o calorzinho do outono se sobressaiam a elas. Calma, explico-lhes. Todos os dias, em todos os setores de trabalho, lidamos, convivemos com pessoas que fazem a política da pressão psicológica. Isso mesmo, a política da pressão psicológica. Pergunto-lhes: quem de vocês, em algum momento já não ouviu um colega de trabalho dizer: claro que as pessoas gostam de você, faz tudo para agradar. Você precisa ser mais firme, precisa saber dizer não.
Pessoas que agem desta maneira são inseguras, e quando assim se sentem, começam a perseguir, a achar defeitos, a falar mal do colega de trabalho. Pessoas assim se sentem ameaçadas até pelo carisma do outro. E eu volto a questionar-lhes: não seria mais fácil pessoas assim repensar sua conduta? Repensar seu profissional? Não seria mais fácil pessoas assim se aproximarem da pessoa carismática, da pessoa querida, da pessoa simpática e tentar tornar-se uma pessoa tão bem quista quanto a que julga ser incompetente por ser querida? Não seria mais fácil se tornar gentil, se tornar agente?
Sensações... impressões... somos nós quem as construímos, somos nós que as deixamos, e uma vez construídas como o inverno, difícil desfazer esta imagem. Porém, acredito que até o inverno tem sua beleza, basta saber mostrar esta beleza e aliando-se ao calorzinho, mesmo que tímido do outono, pode-se mudar as sensações, as impressões... E eu sigo por aqui, observando, da sacada do meu apartamento, a neblina ofuscando as luzes da cidade. Mas isso não significa que elas não estejam insistindo para se sobressaírem à neblina...

Por: Rosane Favaretto Lazzarin – 12/06/2011

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