19 de jul. de 2011

Concórdia e seus olhares...


 “Ela nasceu pequenina e cresceu, cheia de belezas mil, grande será, pois seu nome já está, na geografia do Brasil...”

É no ritmo do que foi o hino de Concórdia por muitos anos que vou delinear alguns traços de Concórdia, uma cidade que tem um povo trabalhador, mas que também sabe ser acolhedor, hospitaleiro, humilde, simples, mas não desconhecido. Lugar distante de tudo, mas com um povo que tem orgulho de ser concordiano!!! Ops, aí vem a dúvida, concordiano ou concordiense? Não vou me deter a explicar a aplicação destes, pois aqui vou falar sobre o melhor de Concórdia. Heim? Melhor de Concórdia? É isso mesmo, vou falar do melhor de Concórdia. Aí, você que aqui vive, pode me perguntar: e o que tem de melhor? E eu lhes digo: muita, muita coisa... só lhes falta tempo para observar o que esta cidade lhe oferece.
Eu não sei, mas alguma coisa acontece por aqui que merece atenção, e muita. Cidades são como pessoas, com personalidade, jeito, manias, estética, modos ou falta deles. E o mais importante, a gente a percebe, justamente, pelo jeito das pessoas que nela vivem. Cidades são muito mais do que shoppings e ruas e empresas. Elas são formadas pelas pessoas que mostram o que são pelo que fazem com o seu tempo. E por falar em tempo, quem não se recorda com certa nostalgia da cidade que nasceu pequenina... Muitos, não é mesmo? Mas, esta pequenina cidade cresceu, evoluiu, modernizou...
Sabem o que é interessante neste progresso todo? O interessante é que mesmo com todo este desenvolvimento, algumas características permaneceram, alguns valores, a qualidade de vida, a forma de acolher. A pequenina cidade, agora já com cara de gente grande, encanta quem nela chega. A pequenina cidade é comparada a um país de primeiro mundo. Sim, com um país de primeiro mundo, pois aqui nós temos uma cidade limpa, uma cidade sem moradores de rua, uma cidade onde pedestres punham o pé na faixa e os carros param para que estes possam passar. Claro que existem as exceções, como em todas as cidades, mas são raras. Uma cidade com pessoas educadas e segura. Uma cidade com muito capital de giro. Uma cidade próspera. Uma cidade que se destaca em nível de Brasil, por suas empresas. Uma cidade com uma agricultura e pecuária construída por pessoas simples, por vezes anônimas, mas que deram início à maior agroindústria do país, que hoje é destaque no mundo todo.
Somos, sim, conhecidos como a “capital do trabalho”, e não é para menos que recebemos este título. Aqui se trabalha muito, mas isso não quer dizer que não temos lazer. Temos sim. A única diferença é que vivemos em uma cidade pequena, com cara de gente grande, como já falei anteriormente, e frequentamos lugares onde vemos sempre as mesmas caras. Aqui nos é oferecido várias opções, as músicas que tocam nas baladas por aqui, tocam em qualquer outro lugar. A diferença que aqui, encontramos nas baladas as mesmas pessoas com as quais convivemos no trabalho. E, ver as mesmas caras, as mesmas pessoas, não significa que não temos lazer, não é mesmo? Ah! e que empolga com seu futebol!
E eu acho que Concórdia também tem uma genética própria. Uma educação própria, com muitas comunidades linguísticas. Um jeito próprio de ser... Por aqui nós ainda vemos pessoas andando tranquilamente pelas ruas, por aqui o comércio ainda fecha na hora do almoço, para que os trabalhadores possam ter a sua merecida hora de almoço. Por aqui nós ainda ouvimos um por favor, obrigada, com licença... Por aqui tudo é perto, por aqui o ar ainda é respirável... Por aqui, as pessoas cuidam da saúde, fazem atividade física. Por aqui, ainda há certa liberdade, e por incrível que parece, aqui ainda perpetua alguns valores... É por tudo isso que Concórdia é exatamente o tipo de cidade de que a gente gosta. O tipo de cidade que muitos saem com a utopia que lá fora, em outra cidade, é melhor de se viver, mas que acaba voltando, pois percebe que o melhor lugar para se viver é aqui... onde tudo é perto e ao mesmo tempo, é longe de tudo... e é justamente, por toda esta contradição que ela encanta.
E eu sigo por aqui, acompanhando o desenvolvimento da pitoresca e pequenina cidade que cresceu e toma conta da geografia do Brasil, por suas belezas, suas empresas, sua personalidade, suas manias... Enfim, com seu jeito único de ser, porque quem lhes escreve é assim, cheia de personalidade e manias, que gosta de livros, claro, mas antes de mais nada, gosta de pessoas...

Por: Rosane F. Lazzarin

OBS: Texto publicado na edição IV da Revista Magazine21

Um comentário:

Bete Cruz disse...

Rô!

Lendo a história da sua cidade me deu saudades da minha cidade de Lages, de antigamente, mas tudo bem, falemos da sua.

Nossa cidade tem muito a ver com a gente, com certeza. Nós crescemos na cidade e a cidade cresce em volta da gente.

Quando pequenos não percebemos a sua pequenês, mas quando crescemos então percebemos que ela cresceu e se desenvolveu, mas de certa forma permanecem traços da sua identidade e da nossa identidade com relação a ela.

Isso é muito bom. Você e eu amamos a nossa cidade, cada uma do seu jeito.

Beijo grande e parabéns, você escreve muito bem.