22 de jul. de 2011

Assombrações coloridas...


E se... e, conjunção coordenativa aditiva... se, conjunção subordinativa condicional... Ambas se colocadas separadas, não tem significado nenhum, mas juntas tornam-se uma incógnita. Vejam: e se... eu tivesse feito de forma diferente? E se... eu não julgasse? E se... eu me permitisse viver?
Viver... Dentro de cada um de nós existem encruzilhadas, engarrafamentos, sirenes... Isso mesmo, dentro de cada um existe o caos... muitas vezes mal sabemos que caminho seguir, que sirene ouvir, como fugir do engarrafamento... Complicado não é mesmo? Pois é, quando me perguntam que parte da vida é complicada, eu prontamente respondo: a vida é a parte complicada... Mas será? Será que a vida é que é complicada, ou somos nós quem a complicamos?
Talvez nem tenhamos a intenção de complicá-la... Talvez seja uma forma de acomodar o caos. Talvez seja um segredo inconfessável... e que segredo seria este? Este segredo inconfessável, que eu, você, e todos nós temos chama-se MEDO. É ele, o medo que nos bloqueia, que nos impede de escolher o caminho certo na encruzilhada, que nos impede de enfrentar o engarrafamento e que nos impede de ouvir a sirene de alerta... a sirene que nos acorda para a vida, aquela que nos dá a permissão de viver.
E se... olha só, lá vem a incógnita novamente... e se... o medo fosse só um estado de espírito? E se... nós conseguíssemos chutar o medo bem onde dói? E se... nós conseguíssemos sempre encará-lo de frente? São tantas perguntas não é mesmo? E essas perguntas sem respostas se tornam assombrações. Isso mesmo, assombrações. O bom dessas assombrações é que elas são coloridas. E se... essas assombrações tivessem uma forma, que forma, ou que cor elas teriam? Bom, aí eu lhes digo que depende dos olhos de quem as veem.
Uns podem ver a vida azeda. Para estes, todas as pessoas que estão próximas estão de mau-humor, tem problemas. Para estes, preocupação é mau-humor. Para estes, fica mais fácil transferir o que está sentindo para o outro. Para estes a vida é tecida com um fio da cor preta. Para estes a vida é o caos, é a escuridão.
Outros podem ver a vida doce. Para estes, um dos maiores prazeres da vida é alguém pentear os seus cabelos. Um gesto simples, porém acalentador. Para estes prevalece o cuidar onde dói ou o que fez doer. Para estes, o medo é um estado de espírito. Para estes a vida é tecida com fios da cor branca e vermelha. Sim, com fios cheios de calma, pureza, paixão e sentimento.
Entre uns e outros... sou mais dos outros, porque para estes a vida é um cartão tecido com fios de vida, com fios de amor... e quando falamos de amor, todos os uns são apenas uns... Divaguei? Quem sabe... mas lhes digo: o medo, a incompreensão nos deixa exatamente assim: sem rumo... Agora, se me derem licença, esta que vos escreve, e que gosta de pessoas, e pessoas sinceras, com luz própria, vai procurar alguém para pentear seus cabelos e se... permitir viver...

Por: Rosane Favaretto Lazzarin – 22/07/2011

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