14 de jun. de 2015

Engasga-me, porque sim!


Algumas coisas me engasgam... engasgar: verbo transitivo, que pede complemento. Ação de obstruir a garganta, ficar entalado, sufocar, perder o fio... Isso no sentido literal da palavra! Porém, há muitas outras formas de sentir-se engasgado, no sentindo metafórico ou fazendo uma analogia com o sentido denotativo.
Algumas palavras me engasgam... não poder dizer o que penso ou o que sinto, por exemplo, por questão de bom senso e sobrevivência, ou por medo de julgamentos. Algumas atitudes me engasgam... engasga-me ouvir pessoas dizendo-se amigo ou familiar e esquecendo o número do seu apartamento, isso demonstra o grau de importância que você tem na vida dessas pessoas; engasga-me também o fato de ouvir pessoas chamando outras de amiga, e seu telefone sequer estar registrado nos contatos dela. Já parou para pensar que são pequenos detalhes que mostram o quanto o outro é importante para você, o quanto de fato você a inclui na sua vida? Engasga-me ver ou perceber que há pessoas que só te incluem em algo quando convém, ou quando bate aquele momento bondade; engasga-me perceber que há pessoas que incluem outras em seu convívio, só quanto percebem que não vão se envergonhar na presença do outro; engasga-me o fato de perceber que há pessoas que sentem vergonha de estar com outras por conta da condição social; engasga-me saber que há filhos que sentem vergonha de seus pais; engasga-me saber que pessoas pintam a imagem de outras, não permitindo que cada um a conheça como ela é, e tire suas próprias conclusões; engasga-me perceber que se confunde sinceridade com grosseria, muito embora, há formas de se ser sincero, sem usar de grosseria; engasga-me perceber que muitas pessoas se surpreendem com a verdade; engasga-me ver pessoas ignorando as outras, ou ignorar-me, ou eu mesma ignorar outra pessoa; engasga-me perceber qualquer tipo de preconceito; engasga-me perceber que a falta de educação tem aumentado assustadoramente; engasga-me constatar que valores já não são mais importantes; engasga-me ver a maldade se sobressaindo; engasga-me perceber que há pessoas que passam pelos outros e fingem não a terem visto, ou a conhecerem; engasga-me pessoas oportunistas, interesseiras; engasga-me pessoas de se distanciam sem motivo; engasga-me notar a inveja de uns para com os outros, e há tantas formas de se perceber isso... (até por não curtidas ou não comentários feitos em uma postagem nas redes sociais, ou que não querem fazer parte de um post contigo); engasga-me perceber que nos momentos que se precisa, são os momentos que as pessoas mais se afastam (não deem desculpas, quem está doente, quer visita... é desta forma que se percebem gostados... visita de verdade não incomoda! Por favor, vamos parar de dar desculpas para coisas que não queremos fazer!); engasga-me ver que pessoas fazem de um tudo para tentar se sentir parte de um grupo, ou de uma determinada família, mas só a pessoa quer, não sente reciprocidade nenhuma! Só ela quer! Então, se cansa de tentar se fazer perceber, e desiste... então surgem as famosas perguntas: o que você tem que não aparece mais? Ou, você está melhor? Não sei o que leva pessoas agirem desta forma... para que fazer essas perguntas se não está interessado de fato no que se está sentindo, se não te incluem de verdade nos acontecimentos? 
E por fim, o mais intenso, o mais bem-vindo, o mais gostoso dos meus “alguns” engasgam-me... engasga-me ter por perto pessoas que gostam porque sim! Essas que gostam porque sim me completam, enchem-me de alegria, me emocionam, são interessantes. Essas pessoas que gostam porque sim, me fazem acreditar que viver vale a pena e me fazem esquecer os outros “engasgam-me”. Estas pessoas que gostam porque sim estão sempre por perto, e, para quem vive bem de perto, não existem distâncias, e nem ausências, estas pessoas “presentes” engasgam-me pelo fato de existirem e me deixarem fazer parte de parte da vida delas, engasgam-me por se entregarem e viverem os momentos da vida. E agora, para não perder o costume, e não fugir da marca da minha escrita... se me derem licença, vou aí conviver o máximo que puder com pessoas que gostam porque sim!
Por Rosane Favaretto Lazzarin – 13/06/2015

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