15 de jul. de 2015

Caráter ou a falta dele: É ilegal ou imoral?



Fala-se por aí que a nossa mente fervilha quando algo nos incomoda, ou nos deixa inquieto. Diria que não fervilha, diria que entra em erupção. Há dias venho pensando em caráter, e quando penso no conceito desta palavra, vem-me a mente as palavras do magistrado Joaquim Barbosa “O caráter de alguém, para mim, não está na cara, na altura, na cor da pele, na força ou na posição social. Esta rara qualidade só existe em homens justos, dignos, que honram suas raízes e, acima de tudo, têm seu valor. Nada e nem ninguém pode comprar um homem íntegro e honesto".
Então, não tenho dúvidas de que esta é a melhor definição de caráter que já li em toda minha caminhada na educação. O que gostaria de ressaltar é que para mais de 90% da população isso é só teoria, pois, passa longe, a mil léguas da prática. Tenho observado o comportamento de muitas pessoas, e digo-lhes que, as que mais batem no peito e dizem: tenho caráter, boa índole e sou honesto, são as mais dissimuladas que existem. É fácil na frente da pessoa mostrar-se com um caráter, quero ver mantê-lo quando a pessoa não está perto. Afinal, mostramos quem somos, realmente, quando estamos sozinhos, não quando somos vigiados. Mas isso não é regra, tampouco se pode generalizar.
Vejo e convivo com muitas pessoas que fazem lindos discursos, que são isso e mais aquilo, e mais não sei o quê, que não tem medo de nada, que dizem tudo na cara. Mentem. Mentem descaradamente. Mentem não só para os outros, mas principalmente para si próprios. E claro, estas são as menos confiáveis e também as mais ignorantes. Causa-me certa pena de pessoas assim, e também certo repúdio, pois são estas que na tua frente falam/são uma coisa, e em questão de minutos são os seres mais abomináveis, e que por questão social temos que conviver.
Sabe o que mais incomoda nesses seres que se julgam donos do caráter? A cara de pau! Sim, a cara de pau mais lavada do mundo! São solícitos, tentam te agradar, tentam chamar a atenção a todo custo. Ah, e falam mal dos outros. Veem todos os defeitos dos outros, menos os seus. Pessoas assim acham que idade é sinônimo de conhecimento. Nem sempre, pois alguns a usam para defender-se de sua ignorância. Acham que por conta da idade podem falar o que quiserem. Ledo engano, pois quando se deparam com alguém que consegue identificar a dissimulação incutida na índole, sentem-se acuados e saem falando o que a boca quer e não o que a ética, e consciência exige. Sim, porque quem tem boca fala, mas nem sempre tem ideia da dimensão das suas palavras.
Pessoas que usam palavras em vão, que tentam prejudicar o outro, classifico-as como covardes, ou quiçá, invejosas. Isso mesmo! Covardes porque não tem coragem de falar o que pensam na frente das pessoas; e invejosas, porque sonham em chegar aos pés de quem, supostamente, tanto as incomodam. Pessoas assim são amargas e infelizes, e despejam sua amargura e infelicidade em quem primeiro aparecer na sua frente. Pessoas assim, acham que o que resolve é a força e a ignorância. Pessoas assim são sofredoras. Pessoas assim, prefiro que se mantenham distante da minha pessoa, pois fazem mal para o bem-estar.
Pessoas... pessoas temos de todos os tipos, todas as índoles, de todas as cores, de todas as posições sociais, todas as idades... porém, esta que vos escreve, não procura nenhuma destas classificações, rótulos, ou sei lá como querem ser classificados, procura sim, alguém que antes de ser isto ou aquilo, tenha essência de ser humano.
 Rosane Favaretto Lazzarin - 02/07/2015

  

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