11 de mai. de 2012

Sensações...


     
    Hoje eu estou nas nuvens... mas não no sentido figurado, literalmente nas nuvens... entre as nuvens, se é que me entendem...
   O voo decolou exatamente às 13h05.. a sensação de desconforto é grande, o medo faz suar frio. Também pudera, alguém já parou para pensar na velocidade atingida pelo avião ao decolar? Aposto que poucos, pois o sentimento que toma conta neste momento é de pânico. Calma, não estou generalizando. Falo de exatamente 85% dos usuário de aeronaves. Os outros 15% curtem, sentem adrenalina.
   Mas, voltemos as nuvens... como disse, não no sentido figurado, voltemos aos exato momento em que estávamos literalmente entre elas. Nuvens que parecem algodão... ah, doce de algodão!!! E doce de algodão lembra a infância. Vejam só a quantas lembranças boas nos traz as nuvens. Quando crianças, quantos de nós ficávamos deitados olhando para o céu admirando as inúmeras formas das nuvens. Quantos de nós sonhávamos com a possibilidade de chegar até elas... de tocá-las. Quantos de nós jamais imaginava um dia poder estar sobrevoando-as, e vendo os mais admiráveis formatos, pertinho delas. Ah, que voo inesquecível. Não pelo fato de estar a bordo, mas sim, pelo fato de estar entre as tão admiradas nuvens...
    Quando penso que a única coisa que me separa delas é o pequeno vidro da janela do avião, a emoção toma conta do meu ser, e as lembranças de infância invadem a minha mente. As tardes passadas com os amigos olhando-as, tentando decifrar suas mensagens, os seus formatos... Ah, os amigos de infância... Que saudade!!! As amizades inocentes, verdadeiras. Por onde andam vocês? Foram tantas travessuras... Ah, lembram das nuvens carregadas? O medo era grande, pois sabíamos que delas podíamos esperar desde o espetáculo da chuva até o horror dos raios e trovões.
    Nuvens, quando se está entre elas, um espetáculo a parte. Alguns anos depois, cá estou eu, só depois de muitos voos tensos, é que consigo relaxar e então me permito admirá-las de verdade. Rapidamente, todas aquelas imagens de infância, sonhando em estar perto delas, e naquele momento, achando que era impossível, invadem a memória e então me emociono. Certo, para muitos pode parecer bobagem, mas para quem nem imaginava um dia chegar perto de um avião, muito menos estar dentro dele, agora o estava, e mais, estava também entre as nuvens.
    Hora de descer das nuvens... a viagem está acabando. O comandante avisa para apetar os cintos. Pela primeira vez o sentimento de horror não toma conta de mim, ao invés dele, sinto-me feliz, com muitas recordações na memória... ufa! em terra, mas nas nuvens...
Por: Rosane Favaretto Lazzarin – 11/05/2012 – Curso Mídias