8 de set. de 2011

Quando você se sente pela metade...


O ser humano nasceu para se sentir inteiro, completo. Não foi ensinado a se sentir pela metade. E lhes digo, sentir-se pela metade dói.  Mas, quando nos sentimos pela metade? O que nos faz sentir pela metade? E mais, quantas pessoas nós já fizemos se sentirem pela metade? E... será que somos capazes de sentir pela metade? Questionamentos no mínimo intrigantes, não acham?
Buscamos a plenitude em nossa vida, e isso é fato. Queremos viver intensamente, carpe diem! Tentamos curtir ao máximo. Trabalhamos muito porque almejamos grandes conquistas. Lutamos para existir, simplesmente. Porém, para tudo isso, faz-se necessário muito empenho, e também contar com os outros. Pois é, os outros... aí nos angustiamos um pouco, porque nem sempre os outros estão dispostos a contribuir. Então, vem o primeiro sentir-se pela metade. Sentimo-nos pela metade porque projetamos uma expectativa no outro, que nem sempre a encontramos; e principalmente, porque não estávamos preparados para a não correspondência desta expectativa. Esse sentir-se pela metade, chamo de frustração.
E sabem por que nos frustramos facilmente?  Porque ao  projetarmos nossas expectativas nos outros, não nos damos conta de que os outros não são iguais a nós. Que cada outro tem a sua potencialidade, que cada outro é um ser único.  É impressionante como conseguimos facilmente nos sentirmos pela metade. Sim, facilmente. Vejam: brigar com os pais, com um amigo, ou amiga; ser ignorada ou criticada; falta de ética; falta de cuidado; falta de bom senso; falta de paciência; o olhar, o falar e o agir fingidor... enfim, são inúmeras as possibilidades que podem nos fazer sentir pela metade.
É certo que é muito mais fácil falar do que nos faz sentir pela metade. Agora, você já se perguntou quantas vezes fez alguém se sentir pela metade? Aposto que poucas, ou nenhuma. Claro, é mais fácil ser a vítima, ou mártir. É mais cômodo também. Imagina, ninguém quer sentir-se culpado por fazer alguém sofrer, se sentir diminuído... E o pior de tudo é que essas pessoas costumam dizer que tomam tais atitudes para o bem do outro. Não se dão conta de que aos poucos, a conta gotas, matam a vivacidade, a vontade de fazer, que o outro ser, ainda possui. Fazer o outro se sentir pela metade, é especialidade de muitos. E é por tudo isso que também não vemos mais pessoas tomando iniciativas, fazendo a diferença... Podem até estar pensando: “ah, mas se quiser mesmo, faz!”. Digo-lhes que não é bem assim. E vocês sabem que não é mesmo. Na verdade, o ideal seria que as pessoas pudessem perceber o mal que cometem e parassem para pensar um pouco, antes de fazer os outros se sentirem pela metade... Mas, como o ideal não existe, ficamos cá sonhando com ele.
Mas, e a possibilidade de sentir pela metade? Você consegue amar pela metade? Bom, essas últimas indagações são difíceis de responder, porque esta que vos escreve, que é perfeccionista, que vive tudo intensamente, e que por isso, nem sempre é bem interpretada, e sim por diversas vezes é vista como ansiosa, como mal-humorada... sofre  por sentir-se diariamente pela metade... Triste sentimento de quem se cobra demais... Mas, posso lhes garantir, que jamais conseguiria sentir pela metade... Agora, se me derem licença, vou garimpar minha outra metade....
Por: Rosane Favaretto Lazzarin – 07/09/2011